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Valorização do papel da agricultura familiar é uma das prioridades do GT de Agricultura do G20

04/03/2024

Primeira reunião contou com a participação de representantes de mais de 30 países e organizações internacionais convidadas e discutiu as prioridades da presidência brasileira para o fórum, com foco na transformação dos sistemas agroalimentares, do comércio exterior, valorização da agricultura familiar e melhoria das condições de trabalho de pequenos agricultores.

Representantes de 30 países e de organizações internacionais convidadas participaram da primeira reunião do Grupo de Trabalho de Agricultura do G20, realizada por videoconferência,nesta segunda-feira (19), na sede do G20 em Brasília. Roberto Perosa, coordenador do GT e secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e Fernanda Machiaveli, secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), apresentaram as quatro prioridades da presidência brasileira para o fórum, com foco na transformação dos sistemas agroalimentares, fortalecimento do comércio exterior, valorização do papel da agricultura  familiar e inclusão dos pescadores na cadeias de valor locais e globais.

De acordo com Fernanda Machiaveli, a proposta do GT é promover a transformação dos sistemas agroalimentares para que possam contribuir com a segurança alimentar e a promoção da agricultura sustentável. Para isso, buscam o fortalecimento do comércio internacional, a valorização do papel da agricultura familiar e a inclusão dos pescadores nas cadeias de valor nacionais e mundiais.

Os países e organizações que participaram da reunião apresentaram uma série de alternativas para garantir a sustentabilidade da produção, por meio, também, da inclusão e a valorização da agricultura de pequena escala.“Hoje a agricultura familiar é um ator fundamental para garantir a segurança alimentar e nutricional, no sentido de produzir alimentos saudáveis no mundo todo”, explicou Machiaveli.

A secretaria-executiva do MDA ressaltou que um dos focos de atuação do GT é pensar meios para melhorar as condições de trabalho dos pequenos agricultores e comunidades tradicionais que ainda produzem com muito esforço físico. “Precisamos garantir condições de trabalho dignas no campo, acesso à tecnologia, que isso vai beneficiar a todos, numa rota de desenvolvimento muito positiva, gera emprego na indústria, gera melhores condições de trabalho no campo e alimento saudável para nossa população”, afirmou.

“Recebemos muitos comentários positivos a respeito das quatro prioridades apresentadas pelo Brasil, especialmente na valorização da agricultura sustentável e seus múltiplos caminhos. Também tivemos um retorno muito satisfatório sobre a inclusão e valorização da agricultura familiar como um ator fundamental para a garantia da segurança alimentar e nutricional no mundo”, ressaltou Machiaveli.

 

Troca de boas práticas

A troca de um conhecimento que valoriza o equilíbrio do meio ambiente entre os diferentes camponeses, povos indígenas, pescadores e agricultores familiares que vivem e trabalham nos países que envolvem o G20 também está no radar do GT. Fernanda revelou que o Brasil apresentou boas práticas e programas em que o país é referência como a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e os esforços para a redução do desmatamento de áreas agricultáveis, e convidou os países-membros do grupo para trocar experiências sobre políticas públicas que contribuam para dar apoio à agricultura familiar.

“Já estamos aprendendo uns com os outros sobre como os governos apoiam as produções em pequena escala e quais são os mecanismos e políticas que são implementados nos países. A ideia é pensar como a gente pode fazer para garantir que esse conhecimento ancestral que existe nos povos e comunidades tradicionais possa ser mantido e valorizado”, complementou Fernanda.

Roberto Perosa, do MAPA, acrescentou que já existe uma série de políticas públicas e programas que visam tornar a agricultura no Brasil cada vez mais sustentável. Perosa citou como exemplo o Plano Safra, tanto na agricultura em larga escala quanto na agricultura familiar, que tem metas claras em relação à sustentabilidade com linhas específicas e descontos para agricultores que praticam uma agricultura harmônica com a preservação do meio ambiente.

 

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